sábado

o diário gráfico


Quando passeio pela cidade, mesmo no porto que já conheço tão bem olho com espanto para novos pormenores,  novos momentos e sensações que a cidade transmite. Olhar à volta e ainda me impressionar com o que me rodeia, procurar transmitir o espírito que sinto num determinado local, a sua beleza, é algo que me surge essencialmente quando estou inspirada e me aproximo da realidade através do desenho e me afasto da mesma através da imaginação.
Tenho vindo a usar então um diário gráfico, pode-se fazer de tudo: textos, fotografias, colagens e, essencialmente, desenhos. As palavras servem, muitas vezes, para registarmos o que não conseguimos desenhar ou, até mesmo, não tivemos tempo.
O diário gráfico não tem como função ensinar a desenhar, mas sim criar a vontade de desenhar e aperfeiçoar aproximando-se cada vez mais da realidade. A única forma de aprender a desenhar é desenhando, praticando e experimentando. A ideia não é criar obras-primas, é observar e registar, desinibindo o traço. No diário gráfico posso desenhar tudo o que me apetecer, com a total liberdade. Tendo sempre em atenção que o melhor modelo é sempre a paisagens, pois não se desloca, é sossegada, não reclama acerca do desenho.

Locais como o jardim zoológico, com os animais à disposição de quem quiser desenhar,
e os museus, são locais onde se pode desenhar quadros, o museu em si, estátuas, são óptimos para desenhar coisas diferentes. Portas e janelas, árvores, candeeiros de rua, o homem que passeia o cão, uma esplanada e os copos e cinzeiro em cima da mesa. Um bom exercício é, também, desenhar o almoço se não for rápido arrefece. Ou seja, os desenhos são esboços desinibindo o traço são cada vez mais rápidos e variados que podem ser acabados em casa (colorido ou outro tipo de terminação).
Não é necessário gastar muito dinheiro, há cadernos baratos, a caneta é rápida e o lápis permite subtilezas, dependo do que se pretende do desenho.
Sugestões dadas comummente são que se meta o nome, morada e número de telefone logo no início; numerar as páginas para que nunca haja a vontade de arrancar nenhuma folha, o desenho pode ser melhorado com outra técnica, desenhar outra por cima ou colar outra folha...

As primeiras páginas são sempre mais difíceis de preencher mas depois começa a ser tão intimo, conforma fica mais volumoso e com mais cor, até que custa vê-lo a acabar e ter de começar outro.


Um blogue interessante nesta linha de pensamento é o do Eduardo Salavisa, diario-grafico.blogspot.com, e autor do livro "Diários de Viagem".

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